quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Teste de diálogo do meu livro

Once I had a love and it was a gas
Soon turned out, I had a heart of glass
Seemed like the real thing, only to find
Mucho mistrust, love's gone behind

Once I had a love and it was divine
Soon found out I was losing my mind
Seemed like the real thing, but I was so blind
Mucho mistrust, love's gone behind


- Se você pudesse se definir com uma música. Qual seria? – Pergunta a ruiva esperando por movimentos elaborados e inteligentes – Você tem uma?
- Tenho sim. – Responde puxando o microfone delicadamente das mãos de sua ex.

Soy un perdedor
I'm a loser, baby, so why don't you kill me?
(Double barrel buckshot)
Soy un perdedor
I'm a loser baby, so why don't you kill me?
- Não era bem isso que eu esperava.
- Não? Jura? Você é a única.
- A ver por trás da máscara? Talvez...  Talvez algum dia você canse.  Sabe? Akiko me disse que tudo isso é por minha causa. Posso te contar um segredo? Eu nem sou tudo isso... E se o grande poder que tive foi o de destruir sua vida... Já parou pra pensar que eu que deveria me sentir miserável? Cara, as coisas não terminaram bem, eu sei, mas você mais do que qualquer um de nós deveria ter seguido em frente.  “Oh, eu sou miserável porque ela destruiu minha vida”... Juro que não esperava esse tipo de mediocridade de você.
- E o que você esperava?
- Na vida a gente não espera nada, só faz aquilo que acha certo e se arrepende depois. é mais justo assim. Lamento se te magoei, mas você me magoou primeiro e na crueldade, nos justificamos.   Era o que você queria ouvir? Olha, tenho os meus próprios problemas e isso não vai ajudar a nenhum dos dois.
- É, foi um erro. Me desculpe. Não, deixa… Nem sabia que eu ia te encontrar aqui. Foi só um acidente desagradável. Obrigado por me acordar.
-Acordar?
- É.  De você. Precisava disso pra me libertar.  Boa sorte com o Nick. Vocês dois se merecem.
- Al...
- Olha o casalzinho... Aprontando algo pelas minhas costas? Ela envelheceu bem, Alejandro?  Carne branca com partes rosadas...  Em forma. Delícia, né?
- Não faz o meu tipo.
- Interrompi alguma coisa, baby? 



I want your love and
I want your revenge
You and me could write a bad romance
Oh-oh-oh-oh-oooh!
I want your love and
All yo
ur lovers' revenge
You and me could write a bad romance

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Projeto Lançamento Caminhões da Volks (2008)

Achei mais uma relíquia. Esse  foi meu primeiro trabalho no grupo de projetos especiais da Ediouro. Era uma campanha pro lançamento dos novos caminhões da Volkswagen em 2008, que acabou sendo lançada no ano passado. Juro que tenho o gibizinho aqui, mas sei bem que não saiu exatamente do jeito que ta ai. Divirtam-se. 

Nome do Job: Feliz Natal com Constelation

Roteiro: Alexandre D'Assumpção (não creditado na edição) 

Página 1
Int. sala de Jarbas - noite
Quadrinho 1-3 (tira horizontal)
Close de Jarbas atendendo um telefone.
Jarbas – Certo. Entrega no Espírito Santo... Laranjas. Acho que meu carro Truck agüenta uma última viagem, sim... Vou me despedir dele em grande estilo. Nova linha da Volkswagen? Caminhões criados pensando em nós...? Tô duro, ... O velhinho tem de agüentar.
Quadrinho 4 (quadrado)
Mostrar a sala de Jarbas. É simples, tem uns bibelôs e ele está sentado num sofá com um telefone clássico na mão em segundo plano. Dejanira entrando de costas na sala está em primeiro. Se for possível, trabalhe com a imagem dela grande e a dele menos, pra dar noção de distância.
Dejanira – Outra viagem, Jarbas? E o natal?
Jarbas – Essa viagem vai garantir nosso natal, mulher.
Quadrinho 5 (quadrado)
Dejanira - ainda em primeiro plano - colocando uma bandeja com o jantar de Jarbas na mesa.  Jarbas coça a cabeça.
Dejanira – Três natais na estrada, Jarbas. Duvido que...
Jarbas – Ih! Não roga praga...
Dejanira – Quer apostar que com...
Jarbas – Para de implicar com meu carro!
Quadrinho 6 (quadrado)
Close de Dejanira implicante.
Dejanira – Quem avisa amigo é.
Quadrinho 7 (quadrado)
Close de Jarbas irritado
Jarbas – Chega Dejanira!

Página 2
Quadrinho 1(tira horizontal ¼ da página)
Int. garagem de Jarbas – Noite.
(A garagem de Jarbas tem um caminhão trucado e uma Brasília amarela ao lado de vários objetos de cena jogados pelos cantos)
(plano geral) Jarbas entra puxando Dejanira pela mão. Ele está decidido a mostrar pra ela que seu caminhão não é o lixo que ela diz ser.
Quadrinho 2(tira horizontal ¼ da página)
Jarbas já dentro do caminhão dando a partida nele.
Jarbas – Vou te provar que...
Onomatopeias –  “Vrrr...” e Vários “Tlec” .
Quadrinho 3(tira horizontal ¼ da página)
Jarbas com cara de idiota sentado no banco enquanto o carro desmonta.
Quadrinho 4 (tira horizontal ¼ da página)
Plano médio em Dejanira, que está no primeiro plano batendo pé e rindo de Jarbas.  Jarbas está no segundo plano sentado no banco e com a alavanca de marchas na mão.
Jarbas – É, acho que você tava certa.

Página 3
Quadrinho 1 -
Ext. Concessionária Volkswagen - dia.
Plano geral, mostrando uma vista aérea dos diversos caminhões no pátio da concessionária.
Recordatórios:
Jarbas – Nossa, que mundão...
Zé Carlos – O nosso “mundão”, amigo. É aqui que vamos começar uma nova história.
Quadrinho 2  ocupando 2/4 da página.
Int. concessionária Volkswagen – dia.
Plano médio mostrando Jarbas e Zé Carlos sendo bem recebidos por um vendedor que lhe estende os braços. (passar confiabilidade e empatia com o cliente) O lugar é um escritório bem arrumado e eficiente.
Carlos, o vendedor - Zé! Como vão as entregas?
Zé Carlos – Boas, como sempre... Trouxe um amigo pra conhecer a nova linha da Volks.
Carlos – Qualquer amigo seu é amigo meu também.

Quadrinho 3 ocupando 1/4 da página.
Plano geral mostrando um stand com os três caminhões da nova linha.
Recordatórios:
Jarbas – Você pode me explicar melhor?
Carlos, o vendedor – Vou fazer bem mais do que isso...
Zé Carlos – Esse é o cara.

Página 4
Quadrinho 1 – 1/4 da página. 
Ext. atoleiro – tarde.
Mostrar os dois caminhões em primeiro plano saindo de um atoleiro (vindo na direção do leitor) e todos os outros parados em segundo plano.
Quadrinho 2 – 1/4 da página. 
Os dois caminhões passam por uma estrada de terra completamente inóspita.
Recordatórios:
Jarbas – Cara, isso acaba com um amortecedor.
Zé Carlos – Não com os nossos... Simbora.
Quadrinho 3– 1/3 da página. 
Mostrar várias vacas aparecendo na frente do Delievery e no espelho do carro detalhe do reflexo de Jarbas tenso.
Página 5
Quadrinhos 1-3 (formam uma tira em seqüência)
Quadrinho 1 - Detalhe de Jarbas puxando o freio.
Quadrinho 2 – Esse quadrinho é coberto por uma nuvem de poeira.  Onomatopéia – Srceeeeeeeeeeeeee (som de freada brusca)
Quadrinho 3 – Close na vaca, que não entende nada.
Balão – Muuuuuuuuuuuuuu!
Quadrinho 4 – (quadrado)
Jarbas – ainda segurando o volante - espantado com o que acabou de fazer.
Jarbas - Putz!
Quadrinho 4 (quadrado)
Close no bolso dele. Sinal de algo tremendo e onomatopéia “Trimmmmmm”.
Quadrinho 5
Jarbas (fora do caminhão) fala com Dejanira. (plano médio dele e mostrando as vacas comendo capim)
Jarbas – Oi... Não, ta tudo bem. É um caminhão tão bom que acabou de impedir um desastre.
Quadrinho 6
Close de Zé Carlos Rindo.
Jarbas (recordatório) – Não, mulher... Que isso! Bate na madeira.
Ext.Ceasa local (riso de janeiro, talvez) – Dia.
Quadrinho 1 (tira horizontal)
Plano geral dos três caminhões se aproximando no horizonte e entrando no mercado. (como se a imagem estivesse sendo vista por alguém de dentro do mercado, pois ele também vê os outros galpões)
Recordatório – Pois é, Dejanira... O carro velho não teria agüentado metade. Foi uma viagem complicada mesmo...
Quadrinho 2 (tira horizontal)
O Worker em primeiro plano sendo descarregado. Vários homens levam caixotes para uma plataforma cheia de “burros sem rabo”.
Recordatório – Agora entendo porque o Zé só compra caminhões da VW. Tá, ta certo... Aprendi a te dar ouvidos também. 
Quadrinho 3 (tira horizontal)
Plano médio dos três sentados numa mesa com um homem gordo de bigode pagando a eles.
Recordatório – Com o dinheiro que economizei de gasolina e reparos até vou poder comprar uns presentes melhores pro Diego.
Quadrinho 4 (tira horizontal)
Jarbas subindo a escada do caminhão.
Recordatório – Este só foi o primeiro de muitos natais inesquecíveis.
Quadrinho 5 (tira horizontal)
Diferente do primeiro quadrinho da página, em que eles chegaram juntos, dessa vez, eles partem cada um para um lado. (se possível, mantenha o mesmo ângulo)

Página 6
Ext. casa de Jarbas - dia
Quadrinho 1 (Ocupando 2/3 da página)
Plano geral. A “Câmera” está em terceira pessoa (a visão do Jarbas), mostrando sua traseira em primeiro plano e a família de Jarbas contente, acenando pra ele.
Quadrinho 2
Close em Dejanira. Ela está feliz e sorrindo.
Quadrinho 3
(Plano geral) Diego, feliz, se joga no colo do pai, que o abraça. (tem como pegar o momento só do abraço?)
Jarbas – Eu não disse que conseguia?
Página 7
Ext. casa de Jarbas – dia
Quadrinho 1 – (plano médio)
Jarbas retira um saco de presentes do caminhão e todos ficam maravilhados.
Dejanira (rindo)– Mas é o Papai Noel...
Jarbas – Com um bom caminhão na mão, todo dia é natal. 
Quadrinho 2 – (plano geral da casa deles por dentro)
Ext. casa de Jarbas – dia
Jarbas entra na sala da casa carregando o saco de presentes.  Na sala, eles têm dois sofás, uma TV e uma árvore de natal. Cortinas, talvez. Jarbas não agüenta carregar o saco.
Quadrinho 3 – (plano médio)
Jarbas solta o saco no meio da sala e não esconde o alívio de largar o peso.
Jarbas – Tá entregue.
Dejanira – E na véspera de natal... Esse caminhoneiro é bom.
Jarbas – Ele é quase um Delievery.

Página 8
Imagem de página inteira mostrando todos os personagens da história sentados na mesa da ceia de natal e erguendo um brinde ao leitor.
Todos – A Caminhões Volkswagen deseja a todos um feliz natal!


sábado, 10 de julho de 2010

Bazzinga

A Quarta Parede – Alexandre D’Assumpção
Bazzinga
Eu twitto, Tu Twittas, Vós...  (insira sua opção aqui)
Se a conjugação da modernidade vai Ad Infinitum, certamente cruza em alguma esquina a seis graus de separação do Twiiter de Marcelo Mansfield, que cruza também cruza com o meu e me permite ler seus posts.
Mansfield é um dos famosos desconhecidos que apesar das aparições esporádicas na telinha, fez carreira nas telonas e nos palcos de Stand-up. Não o conhece? Google it! (RS)
Num de seus posts no microblog, Mansfield criticou abertamente os “ligados” que apesar de todo o preconceito com os bordões dos programas de humor nacionais, falam “Bazzinga” abertamente e sem culpa.
Inveja? Apesar de seu bordão: “Eu to puto!” não ter decolado, o humorista está coberto de razão. Desvalorizamos o material nacional em prol do material nacional de outros países. A desculpa da colonização que os comunistas davam talvez se encaixe aqui, mas a verdade é que desde o advento da TV a cabo e dos programas legendados, nunca fomos tão americanóides.
Se por vergonha de nos assumirmos fãs dos programas de humor datados desde a extinta rádio Mayrink Veiga (alguns de seus redatores continuam vivos ativos e criando discípulos) que nos obrigam a trocar o horário nobre pelo “prime time” ou por não pertencer ao seu público alvo, seguimos criando neologismos – em sua maioria anglicismos - para satisfazer a nossa sede de “humor conectado”.
A grande verdade é que não queremos e nem podemos mais ser populares ou nos tornamos um novo tipo de excluído: O não conectado.
Sabe o que realmente me assusta? Mesmo quando a febre dos quadros apoiados em bordões era uma novidade, havia projetos iconoclastas que não duraram, mas que de tempos em tempos vemos novidades que não passam de releitura de programas como o PRK-30, que poderia ser comparado com o TV Pirata ou com o Pânico de sua época (guardadas as devidas proporções e respeitando as diferenças de linguagem).  Um formato que a cada tentativa de ressurreição retorna com força, mas tem a sobrevida das novidades. Passada a sobrevida, resta apenas mais do mesmo e assistimos pelo alívio escapista, mesmo discordando de todas as ideias.
Justamente por isso o “Bazzinga” vence. Somos brasileiros, mas não queremos nos ver como. Da mesma forma que já tentamos desesperadamente ser europeus, tentamos atualmente nos globalizar e não queremos ser lembrados de nossos “primos pobres” e de seu gosto conformista.  Somos Hype, inovadores... E justamente por isso caímos vítimas de tudo que é importado. Retroceder seria um “Epic Fail”.
 E mesmo neste mundo completamente conectado, abraçamos uma zona de conforto. Não podemos criticar a colonização quando a nossa novidade também é importada. Não seria a Stand-Up Comedy uma invenção dos “Comedy Clubs” Nova-iorquinos dos anos 70? Não seria ela a Base do Saturday Night Live, programa que em 2009 completou 35 anos no ar e que lançou nomes como Mike Myers, Adan Sandler, Joyhn Belushi, Tina Fey, Eddie Murphy, Bill Murray e Dan Arkoyd?
 Onde está a novidade neste anglicismo que se tornou uma febre iconoclasta no final da década de 1990 e toda a primeira dos anos 2000?  

Texto para livro Mulheres Construindo Autonomia 2

Construção
s.f. Ação de construir: construção de uma casa, de uma barragem; construção de um automóvel. / Edifício construído. / Disposição das partes de um edifício, automóvel, avião, navio: plano de construção. / Composição, elaboração: construção de um poema. / Gramática Disposição dos termos da oração.
Construção civil é uma arte que poucos reconhecem. Na verdade, só lembrada em momentos de necessidade. Seja para sanar pequenos problemas operacionais ou para construir a estrutura com a  qual se pode  contar para guardar seus pertences pessoais e entes queridos. Sonhos realizados com a ajuda de um pouco de cimento, areia e tijolos.
Ao longo da história, homens guerreavam e construíam enquanto as mulheres cuidavam do futuro de suas famílias e banhavam seus maridos com balsamo para curar suas feridas. A nova mulher, que é obrigada a encarar uma realidade completamente diferente, precisa vestir diferente armas e armaduras para uma guerra cosmopolita onde o capacete e o colete podem e devem ser suas novas armaduras.
A necessidade despe todos os preconceitos e dá coragem para que elas façam o impensado: Entrar onde até então era terreno puramente masculino e lidar com seus chefes de igual para igual.
Privadas de suas esperanças, elas perderam o medo de errar. 

Texto para livro Mulheres Construindo Autonomia 1

Artesanato
s.m. Ofício de artesão. / Conjunto dos artesãos. / Indústria caseira, obra de artesão.

Desde a aurora da humanidade o artesanato é parte de nossa cultura. O homem teve de construir as  soluções para a  sua sobrevivência com as próprias mãos. Armas, ferramentas... Beleza.
Na contramão da arte da guerra, que demandava instrumentos práticos, as mulheres descobriram formas de manufaturar proteção e conforto para  suas famílias. Mais sutis, as artesãs foram ao longo dos anos desenvolvendo técnicas e materiais que se tornassem simples, baratos e comerciais. Mães que ensinam filhas e netas que ensinarão às gerações seguintes criando tradições seculares.
Nossas mulheres são o elo entre esta história e o futuro que elas irão criar. Elas adaptam técnicas e transformam tudo que suas mãos puderem tocar em histórias de vitória e superação. 

sábado, 12 de junho de 2010

Trampo para um shooting (rejeitado)

Pensei em algo um pouco sombrio e crítico, mas dentro do estilo
chocante de vocês.
A ideia é pegar uma família com cinco pessoas (Pai, mãe, filha
adolescente, uma pré-adolescente e o bebê, que será servido no jantar)
para baixa que está sentada à mesa para um momento coletivo. Só que
todos estão presos nas cadeiras por arames ou cordas e estariam
tentando se livrar das amarras, pois não querem estar ali.

ü  Como a ideia é falarmos da desintegração da família, colocaremos
essa “ceia” num ambiente decadente, cheio de sacos de lixo e outras
traquitanas; A própria família será retratada como algo decadente que
não se entende muito. Isso será visto pela linguagem corporal dos
pais, com rejeição gestual, da filha adolescente (gótica ou Rocker
meio Punk) cuja rejeição ideológica a distancia dos pais e da filha
pré-adolescente (funqueira), que está pegando as sobras da ceia
sentada num quadrado de jornal colocado ao lado da mesa.

ü   A filha Adolescente demonstra seu repúdio dando migalhas para a
pré-adolescente. A pré-adolescente se comporta como um cachorro feliz,
fazendo festinha por receber o pouco que ganha. Brincamos com a
rejeição entre as duas com uma imagem sutil da pré-adolescente
querendo saltar no colo da adolescente, que dá um empurrão nela com o
pé, quase perfurando seu corpo com o salto agulha de seu sapato;

ü   A mãe está olhando com certa tristeza para a bandeja (de prata)
onde está o bebê, que lembra um leitão com uma maçã na boca. Já o pai
tenta esconder o sorriso de alívio e o prazer do que vai fazer. Ele
está com a faca e o garfo para cortar e servir o jantar.

O conceito dessa foto ou série de fotos é justamente passar uma cena
mais angustiante do que assustadora e mostrar o quanto a família atual
está se esfacelando. O bebê morto simboliza o aborto, a distância
entre os pais e a diferença nas roupas deles simboliza a atual
diferença entre as cabeças da família. A mulher está mais bem vestida
porque é ela que sustenta a família. A filha gótica e a funqueira
mostram a diferença de opinião entre as relações, assim como as
costumeiras discussões entre irmãos e  as irmãs mais novas que tentam
copiar as mais velhas, apesar das duas  terem influências e mundos
diferentes.  Um elemento interessante é que todos estão sutilmente
tentando se livrar das amarras, que ficariam representadas na mesa por
cordas ou arame farpado, que os prenderia nas cadeiras e seria a
representação do desinteresse ou da falta de tempo da família pra se
reunir.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Páginas de projeto recente



Arte de Nestablo Ramos Neto

Merril Bainbridge - Mouth

Na época, eu ouvia Merril Banbridge pra caramba . Justamente por isso, sempre imaginei "Mouth"  como a abertura da série. Descubram o motivo.



I feel like I've been blown apart
There are pieces here
I don't know where they go
I don't know where they go
Kiss me on my salty lips
I bet you feel a little crazy but for me
We'll be famous on t.v.
Would it be my fault if I could turn you on?
Would I be so bad if I could turn you on?
When I kiss your mouth I want to taste it
Turn you upside down, don't want to waste it
I jump on you, you jump on me
You push me out and even though you know
I love you I'd be inclined to slap you in the mouth
When I kiss your salty lips
You will feel a little crazy, but for me
I'll be famous on t.v.
Now, will it be my fault if
I take your love and throw it wide?
You might restrain me,
But could you really blame me?
And you will feel you're blown apart
All the pieces there will fit to make you whole
And I know where they go


A versão na cena  também é interpretada pela Bainbridge. 

Música da cena anterior

BEING BORING Lyrics

Artist: Pet Shop Boys 
Album: Behavi


(Tennant/Lowe)
---------------
I came across a cache of old photos
And invitations to teenage parties
"Dress in white" one said, with quotations
From someone's wife, a famous writer
In the nineteen-twenties
When you're young you find inspiration
In anyone who's ever gone
And opened up a closing door
She said: "We were never feeling bored

'Cause we were never being boring
We had too much time to find for ourselves
And we were never being boring
We dressed up and fought, then thought: "Make amends"
And we were never holding back or worried that
Time would come to an end

When I went I left from the station
With a haversack and some trepidation
Someone said: "If you're not careful
You'll have nothing left and nothing to care for
In the nineteen-seventies"
But I sat back and looking forward
My shoes were high and I had scored
I'd bolted through a closing door
I would never find myself feeling bored

'Cause we were never being boring
We had too much time to find for ourselves
And we were never being boring
We dressed up and fought, then thought: "Make amends"
And we were never holding back or worried that
Time would come to an end
We were always hoping that, looking back
You could always rely on a friend

Now I sit with different faces
In rented rooms and foreign places
All the people I was kissing
Some are here and some are missing
In the nineteen-nineties
I never dreamt that I would get to be
The creature that I always meant to be
But I thought in spite of dreams
You'd be sitting somewhere here with me

'Cause we were never being boring
We had too much time to find for ourselves
And we were never being boring
We dressed up and fought, then thought: "Make amends"
And we were never holding back or worried that
Time would come to an end
We were always hoping that, looking back
You could always rely on a friend

And we were never being boring
We had too much time to find for ourselves
And we were never being boring
We dressed up and fought, then thought: "Make amends"
And we were never being boring
We were never being bored
'Cause we were never being boring
We were never being bored 

..............................................


Gosto muito de Bein Borin... Muito mesmo. Todo o jeito introspectivo da música meio que lembra o clima do relacionamento dos dois, que foram separados por muito tempo e se encontraram por acidente muito tempo depois.  Por isso, a música teria  duas funções na série. Além de ser o tema do Assumpção, ela serviria de tema de encerramento. 

Fragmento de A&S Versão 2001

Simone se levanta e começa a fazer passos de alongamento de Balé, usando a parede como base e levantando a perna quase até o queixo.

Simone – Lembra da “Dona Julinha”? Você  vivia se escondendo na sala dela pra me ver.
Assumpção –Putz! Quando ela me descobriu  quase  fui expulso.
Simone rindo e apontando para as pernas – Tudo por causa  disso...Você é um tarado, Alexandre... pedófilo.
Assumpção arremessa uma almofada nela – Ei! Sempre tivemos a mesma idade!

Assumpção olha para Simone, se levanta e começa a imitá-la, só que ele é todo  duro e não consegue, por  isso  começa a “bater cabeça”.
Assumpção – E quer saber de uma  coisa? Eu te vi tanto que aprendi!
Simone  começa a estapear Assumpção – Para  com isso...Você é muito duro!

(A grande tirada aqui é que os dois já estão bem altos)

Assumpção  cínico– Faz um quatro, Nonnie...

Simone tenta, mas já está meio tonta, tropeça e cai em cima dele, num beijo extremamente acidental. Os dois  começam a rir.

Simone – Bateu...
Assumpção ri e dá um beijo na testa dela – Absinto mata.
Simone – Mata nada! Depois do pastel de botequim  que servem na agencia...
Assumpção – Você  comendo pastel de  botequim ?
Simone olhando bem triste para Assumpção – A idade está chegando, sabia? Se você soubesse as coisas  que tenho de me submeter...
Assumpção – Idiotas... Como podem tratar assim a mulher mais linda  que já vi?
Simone olha para Assumpção  com um olhar espantado – Repete isso sóbrio...
Assumpção – Você é muito ingênua, Nonnie.

Assumpção vai até a pilha de cds e puxa o cd da Merryl Bainbridge(Mostrar a capa)  Ele  começa a imitar a dança do piano do  filme “Quero ser grande”. Reconhecendo, Simone cai na gargalhada.

Simone - Putakipa... Você é muito bobo...
Assumpção – Por isso você sempre volta.

Simone se aproxima, afaga os cabelos de Assumpção e  suspira.
Simone – Não é só por isso...

Os dois se aproximam e trocam um abraço mais  forte que vira um beijo relutante.  Simone  fica por  cima de Assumpção e olha direto nos seus olhos de um jeito terno. Aqui a cena vai ficando com uma iluminação cada vez mais romântica e o som da música ainda mais incidental.  A música que vai  tocando é “Being boring”. O pedaço certo seria este:

“All the people I was Kissing(...)”

Os dois meio que vão se entregando ao clima. Relutantes a princípio, vão se tornando cada vez mais intensos.

Simone  - Senti sua falta, sabia?
Assumpção cínico – Eu sei.
Simone dá uns tapas nele que  fica sério por alguns momentos.
Assumpção – Ta, eu também... Dá pra parar?

Os  dois se entreolham e vão ficando cada vez mais atraídos um pelo outro, trocando carícias  que  viram um beijo.
A câmera vai descendo até o chão, quando dá um “Fade out” que  dura três segundos antes de de dar um “fade in” sutil. A câmera se move e vai até a porta, que se abre com os três entrando e depois desce novamente, indo para o chão, mostrando uma trilha de  roupas  que leva ao quarto de Assumpção. Hell puxa uma calcinha bem grande, do tipo não sexy  que está no chão, olha e mostra pra todos.

Hell – Quem iria imaginar...

Nick puxa a calcinha da mão de Hell e a joga novamente no chão com um olhar de desaprovação. Nick olha para o buraco da fechadura e  sorri.

Nick  sorrindo – Eu sabia...
Anderson – Putz...Aconteceu mesmo?

Nick se  vira pra Hell fazendo sinal de quem está cobrando  algo e  ele retira relutante uma nota de  cinqüenta reais  do bolso, entregando  com uma cara de poucos amigos.

Hell – Saco...


Fecha para os créditos finais e o tema de encerramento.






Sobre A&S 2001

Quem  gostou das idéias do A&S pode aguardar novidades...
É curioso ler esses fragmentos. A idéia era pegar gente conhecida e tirar sarro de todos os pontos que pudéssemos. O curioso é que haveria  uma rotatividade grande de personagens coadjuvantes.  A idéia era tirar o foco do "grupo de amigos" e apresenta-los em larga escala.  Alguns voltariam e outros ficariam. O apartamento da Simone é o mesmo de outro projeto meu, "As Rosas" e na série, a inquilina do apartamento foge pra não pagar o aluguel, mas deixa uma sacola  que sempre tem alguma surpresa esquisita.  A idéia era explorar essa sacola em alguns episódios de A&S e deixar bem claro que com a saída da outra personagem, ela não poderia pagar o aluguel sozinha, o que começa uma rotatividade grande de personagens femininos que se arrastaria até o final da temporada, quando finalmente seria revelada a inquilina definitiva. Essa idéia seria uma tentativa de quebrar a estrutura da série em diversos momentos, dando o spotilight pra essas  completamente diferentes, algumas até bem esquisitas.

Fragmento de A&S Versão 2001

Hell – Vai uma almofadinha ai? Sei lá... De repente...
Angie  - E este é o normal dele?
Simone  - E eu que sei? Conheci ontem e já me arrependi.
Simone – E você faz o que, Angie ?
Angie – Programas.
Hell olha para  todos – A Letícia vai ter  companhia?
Nick – Cala a boca, idiota!
Simone – Hã... programas?
Angie – É, Delphi, Java... Essas  coisas.
Simone – Ufa!
Hell – Pelo menos ela não tenta ser modelo e manequim beirando os trinta.
Assumpção – Você perde grandes chances de parecer inteligente.
Hell – Mas tenho estilo.
Angie olhando para A&S – Hã...Vocês são namorados, certo ?
Assumpção  – Parecemos?
Simone irritada – Tai uma  boa pergunta.
Anderson – Eles já foram casados, acredita?
Angie – Sério, “cabeçudinho”?
Assumpção tentando desconversar – É, anjinho... isso também.
Hell – Peça pelo número e  volte para o número um depois de ter  sido traído pelo  dois.
Angie – Era pra  eu entender isso?
Simone – Não, pode esquecer qualquer  coisa dita por ele.
Assumpção – Só precisa entender que não estamos juntos...
Simone com olhos tristes – Que pena...
Angie – Vocês são muito  complicados...
Anderson – Depois piora... Casados! Os dois foram casados e eu nem sabia.Conheço os  dois há quase dez anos...
Simone – Você não é muito brilhante. Se até ela percebeu...

Hell olha para Simone oferece um pedaço de “Cheesecake” com cobertura de amoras, mas toma-o imediatamente e  começa a se deleitar . Simone faz  bico e  vira cara.

Simone – Eu também não queria, sabia? Estou adorando  comer só rúcula e aspargo.
Nick – Esses  dois ainda vão se matar.
Assumpção – Ô Nonnie... Ele ainda não pagou a metade dele no aluguel, tá? Matar só depois do dia 15.
Simone – Porque não vem morar  comigo? Tenho espaço de  sobra...
Angie – Putz, eu queria tanto morar no centro...
Simone  - Você paga as  contas?
Angie – Acho que sim...
Simone – Vem morar comigo então, ué? Tô desesperada mesmo...
Angie – Quando posso ver ?
Hell – Nossa, um Deja-vu...


Cena 4-

Interna, apartamento  de Hell e Assumpção. Assumpção está sentado na frente do PC e Hell dando socos num saco de pancadas  com a cara da ex dele, a Beatriz.

Hell – Como está a Internet, Assumpção? Já falou com ela? Ela me ligou,sabia?
Assumpção – Novidade antiga, já está ficando chato...
Hell – Mais  do que um certo casal que nunca se assume?
Assumpção – Somos só amigos! Odeio me repetir...
Hell – Sem problemas...
Assumpção – Você  fica um saco sem sexo, sabia?
Hell – Como  você  quando não recebe?
Assumpção – Foi um maldito cheque sem fundos!
Hell – Se pagou o aluguel, quem se importa?
Assumpção – A Marinete emprestou.
Hell – Pediu pra mamãe? Que inédito...
Assumpção – Se as contas são pagas não importa com quem se está endividado, concorda? Não sei seu truque pra não fazer nada e pagar tudo em dia.
Hell – Sou falsário.
Assumpção – Onde está a máquina? Vai ajuda?
Hell – Asssumpção...
Assumpção – Acredito em tudo que me der  dinheiro.
Hell – Mata sua ex e vende os órgãos no mercado negro. Dá dinheiro.
Assumpção – Não me dê idéias...


Hell – Falando nisso...O que  você fez pra deixar a ruiva tão desesperada?  Ela até me  cumprimentou quando nos vimos...
Assumpção  Sério– Ela está com medo de “levar bolo”. Ela está apostando  todas as  fichas nessa menina. Espero  que ela não deixe a Nonnie na mão. Odiaria ter de intervir...
Hell – Intervir...?
Assumpção se vira para Hell – Você não faria o mesmo em meu lugar?
Hell – Não consigo ser  como você, não me envolvo a este nível.
Assumpção – Deveria, faz parte do crescimento. 

Simone abre a porta e entra vestida de  coelho.  Os dois se  viram para  ela  surpresos e param a discussão. A idéia é que a cena seja “Avassaladora”, repentina.

Simone juntando os joelhos e  ficando numa posição engraçada – Ai, que saco !

Os três  ficam em silêncio, se entreolham e Hell faz um sinal de  silêncio e  cometa a imitar o “Hortelino Trocaletra”

Hell – Shhhh! Eu estou caçando coelhos...

Terminando a frase, Hell  simula que está descarregando uma metralhadora  em cima de Simone.
Assumpção  vira a cadeira na  direção de uma das gavetas da mesa  do Pc e  encontra camisinhas e  alguns remédios, virando-se em seguida para Simone – Olha, tem Prozac e Haldol na gaveta. Você precisa de qual?

Simone – Ah, vai se danar...Tô desesperada!
Hell – Sempre me disseram que mulheres  tinham um prazo de validade... “Beirando os trinta? Execução sumária resolve.”O mundo não seria um paraíso?

Simone olha irritada para Hell – Ainda vou te bater se não parar  com isso...
Hell – Você está convidada a tentar.
Assumpção olhando entediado para os dois – Dá logo um par de luvas de boxe pra ela. Resolvam  essa criancice logo... Eu ainda trabalho, sabia? 

Os dois olham para Assumpção irritados e Simone dá um passo adiante mexendo na jaqueta de assumpção.

Simone  – Posso pegar seu celular, né?
Assumpção – E o seu? A quantas anda?
Simone – Cortaram o telefone, o cartão e o celular foi roubado. Preciso chorar mais misérias?
Assumpção – Nossa, nunca me senti tão bem sendo eu mesmo...
Hell – É o seu melhor momento.

Assumpção puxa o celular do bolso da calça e dá para ela.




Fragmento de A&S Versão 2001

Cena 1- Todos sentados na mesa  do “Spiritus Mundi”. Hell está ouvindo um diskman, Simone está gesticulando freneticamente  contando uma história empolgada e bate  várias vezes com a mão na orelha de Anderson. Nick está pedindo que Martha lhe traga um café e Assumpção está  distraído  com algo  que está escrevendo. Nick, olha para Assumpção. 

Nick – Muito trabalho?

Assumpção acerta os óculos  que escorregam pelo nariz – Pois é...

Nick – Ainda é aquele?

Assumpção – Acredita que rasgaram meu material inteiro por acidente?

Nick- Não sei o que é pior: Você trabalhar  ainda trabalhar pra eles ou não fazer  cópias dos teus trabalhos. “Back-up” existe, sabia?

Assumpção – Existe um troço chamado dinheiro que serve pra pagar as contas e sobre as cópias... Um certo idiota de cabeça raspada me trouxe um disquete com vírus...

Hell – E eu lá sabia que o teu brinquedo servia pra algo de útil?

Simone olha para as olheiras de Anderson – Nossa, profundas...O que houve?

Anderson irritado – O Sr. E a Sra. “Elfo” se acertaram e não me deixaram dormir...

Simone se vira para Nick – Vocês   voltaram?

Nick concorda tímido e  solta um sorrisinho safado no final.

Simone dá um tapinha sacana nas costas de Nick – E ai, “Elfo”... Desencalhou!

Nick olha  com desaprovação para  Simone – E daí? Você também e eu não fiz alarde...

Simone  volta sua atenção para Anderson  e sseu desenho. Deixar bem claro que ela fez isso só pra desconversar.

Simone – Sobre o que é ?

Anderson – Na hora que eu descobrir te conto... Hoje falo com o roteirista, mas até agora, só fiz “Model Sheets”.

Simone sem entender nada – Ah...

Simone se  vira para Hell, que  fica todo o tempo só ouvindo o “Diskman” e puxa o fone do ouvido dele.

Simone – O que você tanto ouve?

Hell segura a mão dele e segura  sutilmente – Música!

Simone olha para ele  com raiva, todos se abaixam e contam até três olhando para os dois.

Hell – É pra te levar a sério? Você  dorme com o Assumpção...Deve ser mais doida  que  ele!

Simone se vira para Assumpção – Ei! Não vai me defender?

Simone percebe que Assumpção já está bem longe e olhando para o relógio.

Assumpção – O que sobreviver me  conta a história...

Anderson -  Ei! Espera!!! Vou com você...

Hell – Lá vão “Coragem o cão covarde” e o “Coelho preto da Alice”...

Assumpção para Hell – Não aparto mais  as brigas de vocês.

Vendo os  dois indo embora, Hell e Simone se entreolham e se estranham meio que sem saber o que fazer. A idéia é que para de fazer sentido  quando  ficam sozinhos.

Simone para Hell – Me desenha?

Hell olha para Simone sem entender nada – Pirou? Ataca primeiro e depois pede favores?

Simone com cara de entediada – Só é divertido te “detonar” em público...

Nick olha para os dois irritado – E eu? Sou o que?

Simone – Você é só meio público, “Elfo”...


Cena 2

Anderson está sentado numa sala velha num daqueles escritórios que gritam “roubada” por todos os poros. A mulher está com cara de tédio e poucos amigos limando as unhas sem qualquer atenção para ele. Entediado, Anderson vai desenhando uma série de caricaturas “Slapstick” da secretária. (maneiras de matar um mala)

Anderson – Será que as pulgas vão ser atendidas antes de mim ?
Secretária  com um muxoxo– Se elas marcaram hora...Quem sabe? Artistas...

Anderson torcendo o nariz para ela. (O texto é em Off)
- É sempre a mesma  coisa...Porque  todo picareta tem uma secretária idiota? Bem, pior pra mim, que sempre entro nessas.

Ele  fica olhando  surpreso para o relógio da parede, que vai se mexendo tanto pra frente  quanto pra trás e bate freneticamente na sua pasta portfólio. Aqui temos  dois planos, pois seria um texto em código mosrse que seria lido no letreiro na parte de baixo da tela: “Eu estou morrendo de tédio”.
A cena fecharia  com um “chicote” que mostraria uma caveira na mesma posição  coberta da areia de uma ampulheta  quebrada colocada sob sua cabeça.

Voz da secretária em Off – Sr. Aidar?

A transição da caveira para o  rosto  do Anderson dizendo: “Hã?” Ficaria interessante  com o uso de “Morph” ou algo  ainda mais moderno que  fosse  fundindo as  duas imagens até transformá-las novamente nele se virando desatento para a secretária.

Anderson – Mas já? Nem se passaram três horas...

Anderson se levanta e vai na direção da porta que ela aponta. O interessante aqui é que essa cena “aberta” fecha num close dela baixando os óculos até o nariz e olhando por  cima deles.

Secretária – Mas  vai rápido que a  fila  continua...

Anderson se  vira ,vê as cadeiras vazias  e se  vira pra ela.

Anderson – Tem razão... Ainda faltam as moscas.

Anderson vai andando e rabiscando algo num papel que retira da pasta e dá meia volta para dar um tapinha nas costas dela e  colar o papel.

Anderson – Te devo essa.

Muda para o  close do  sorriso irônico de Anderson depois de fechar a porta.

Dentro da sala, uma série de pôsteres de vários artistas  conhecidos (ou não) na parede dividida entre brasileiros e estrangeiros. Deve-se deixar bem claro que  ele é paraguaio, logo  tudo ao redor precisa soar falso, Um plano detalhe na mesa mostra duas imagens: Uma de Ganesha e uma de Lakshmi com um incenso aceso entre as  duas.

Diretor abrindo os braços para Anderson tentando  fingir amizade – Bom te ver...

Anderson – Vou  ficar melhor  quando um trabalho acontecer...

Diretor – Pode ser com uma... Mulher?

Anderson – Se não for sexo...

Jubi olha para Anderson e  sorri. Ele olha para a oriental e a reconhece  como sendo a garota da cantada do bar do último dia e  fica  completamente sem jeito, faz uma cara de assustado e gagueja.

Anderson – Vo-vo-você...?

Jubi debochada  só acena com a cabeça.

Anderson – Eu quero morrer...

Diretor – Hã... Vocês se conhecem.

Jubi e Anderson se viram para o diretor. Ele está cada vez mais incomodado e ela cada vez mais irônica.

Jubi – Sim.

Anderson – Não !

Jubi – Ai!

Anderson – Mais ou menos...

Jubi – Tanto faz...

Anderson – Dane-se!

Jubi – Ah, sei lá.


O interessante nesse  diálogo é que os dois  ficam se entreolhando e sem saber exatamente o que dizer, se atrapalhando o tempo todo e  ficando cada vez mais enrolados.

Jubi tenta  conter um ataque de risos sem  sucesso – E  você é o desenhista do “Homem-Duende”? Vamos realmente trabalhar juntos?

Diretor – É, e fico feliz de saber que vocês se entendem tão bem.

Jubi  com um olhar cínico para Anderson – Pelo menos divertido vai ser...

Anderson falando baixinho    Não acredito...Odeio isso!

O telefone toa, o diretor atende  e diz apenas “Sim” antes de desligar o telefone.

Diretor – Preciso resolver um assunto...

Anderson – Hã...

Jubi dando um tapinha em Anderson –  Já estamos de saída.

Jubi  fica olhando para Anderson e faz sinal para  que os dois saiam com a mão e com a cabeça para o lado.

Jubi sai e Anderson a acompanha, se chocando nela  quando  ela para pra ver o desenho nas costas da secretária e ri.

Anderson – Ui!

Jubi apontando para o desenho  – Gostei! Uma vaca frígida... Você é criativo.

Anderson – Dizem.

Jubi – Vamos almoçar naquele lugar de ontem? Os outros também vão estar?

Anderson olha para ela com um tom de pavor – Sinceramente? Espero que não...

Cena 3

Hell, Assumpção, Simone e Nick  continuam sentados na mesa do “Spiritus Mundi” quando os  dois chegam, e Assumpção, o primeiro a ver, cai na risada apontando na direção dos  dois enquanto  Simone  olha  se perguntando o que está acontecendo.

Hell – Pois é, Anderson... Coisas  que você acha na rua.

Anderson – Será que só eu trabalho aqui?

Simone – Nunca fomos tão brasileiros...

Simone olha para Nick, que não consegue  conter a gargalhada – Hã...Me trata como seu eu fosse loira, mas...Qual a piada?

Assumpção – Fizemos uma aposta e ele... Bem,  digamos que,,, “Amarelou.”

Simone  – E ela foi a aposta... Típico! Sabe... Andando com vocês, me sinto a pessoa mais normal do mundo.

Jubi – Esquenta não... Ele até que é gostosinho, só é bobão.

Anderson – Até você?

Jubi – Ah, sem estresse... Posso sentar?

Simone aponta para a cadeira vaga e faz um  convite gestual para que ela se sente.

Simone devorando um “cheesecake” sem  culpa – Sei lá... É  bom ter um outro “tipo exótico” por perto...  Monopolizar atenção é um saco.

Hell –  Até porque vamos precisar de uma mulher atraente por perto logo, logo... Já é o terceiro.

Simone – Escuta aqui, seu idiota...

Simone salta em cima de Hell, mas desiste no meio e volta a comer o Cheesecake.

Simone – Putakipa... Melhor continuar no Cheesecake. Ta bom...

 Nick – Mas que... Quando isso virou um episódio do Monty Phython?

Jubi – Ah, eles são doidos, mas até que são divertidos...

Nick – Um bar de psicólogos freqüentado por malucos. Estamos no lugar certo.

Martha, a atendente começa a limpar a mesa – Quando começamos?

Todos olham para ela com um olhar de desaprovação e fazem sinal de silencio ao mesmo tempo – Shhhhh!

Martha coloca um cartão sobre a mesa e sai sorrindo – Temos divãs públicos... Fiquem a vontade para usar. Quando quiserem...  Grupo é a minha especialidade.

Todos se viram surpresos com a situação

Assumpção – Já é a segunda vez que  você faz isso...Não tem nada melhor?

Martha imitando o Hell – Assumpção, certo?

Simone – Putz! Possessão demoníaca! Ta igualzinho.

Simone e Hell se entreolham e  ele dá os ombros – Não tenho nada a ver com isso...

Assumpção se levanta  - Hora de ir, “papito”.

Hell – Assumpção rima com...

Assumpção – Idiota,  ainda assim tem o charme de ser original.







Artes Inéditas de Histórias da Bíblia

Apesar de ter tido uma edição publicada, a proposta da série Histórias da Bíblia era narrar todas as histórias contidas neste que é um dos ...